Quand les politiques environnementales attisent les tensions interculturelles en Guyane française


When environmental policies fuel intercultural tensions in French Guiana


Quando as políticas ambientais alimentam as tensões interculturais na Guiana Francesa

Cet article montre à partir de trois entrées comment les politiques environnementales menées en Guyane française, en tentant de composer avec la diversité culturelle locale, tendent à ethniciser les rapports sociaux. Le Parc amazonien de Guyane, qui apparaît comme une réaffirmation de la présence de l’État dans le sud de la Guyane, expérimente des modes de gouvernance qui favorisent la concurrence interethnique. La mise en place des accords de partage des avantages liés aux ressources biologiques prévus dans le protocole de Nagoya a introduit un différentiel entre certaines catégories de la population, qui doivent être consultées, et d’autres, qui ne le sont pas. Enfin, l’angle mort de ces politiques est constitué par les populations issues de l’immigration exclues des dispositifs d’accès aux ressources, et non considérées comme porteuses de connaissances sur la biodiversité.

This paper shows, from three perspectives, how the environmental policies in French Guiana, trying to deal with the local cultural diversity, tend to ethnicize social relations. The Guiana Amazonian Park, which seems to be a reaffirmation of the state’s presence in the southern French Guiana, experiments modes of governance which increase interethnic competition. The implementation of the Nagoya Protocol on Access to Genetic Resources and the Fair and Equitable Sharing of Benefits Arising from their Utilization has introduced a difference between different categories of the population : some of them must be consulted whereas the others mustn’t. Finally, people from immigration are a blind-spot of these policies. Migrants do not have any facility to access to the resources of the land, and are not considered as biodiversity knowledge holders.

Keyword(s)

Environmental policies, inter-ethnicity, biodiversity, local knowledge, democracy

Esse artigo mostra, a partir de três casos, como as políticas ambientais desenvolvidas na Guiana francesa, ao tentar valorizar a diversidade cultural local, tendem a etnicizar as relações sociais. O Parque amazônico da Guiana, que aparece como uma reafirmação do Estado no sul do território, experimenta modos de governança que favorecem a concorrência interétnica. A aplicação na Guiana dos acordos de repartição de benefícios sobre os recursos genéticos previstos no Protocolo de Nagóia introduziu um diferencial entre certas categorias da população que devem ser consultadas, enquanto outras não. Por fim, as populações imigradas constituem o ponto cego dessas políticas públicas. Os migrantes não são beneficiários dos dispositivos de acesso aos recursos do território e não são considerados como portadores de conhecimentos sobre a biodiversidade.

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Jacob Théo, Palisse Marianne, Aubertin Catherine (2020). Quand les politiques environnementales attisent les tensions interculturelles en Guyane française = When environmental policies fuel intercultural tensions in French Guiana = Quando as políticas ambientais alimentam as tensões interculturais na Guiana Francesa. Cahiers Des Ameriques Latines. 1 (93). 113-132. https://doi.org/10.4000/cal.10789, https://archimer.ifremer.fr/doc/00691/80335/

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